O fim da infância

 


A infância é uma árvore de vida curta

Fadada, desde a primeira luta,
À morte precoce do existir
E os sonhos
Os risos
A ternura
Dos olhos o brilho
Essas sementes que, à vista do recém chegado ao mundo, imortais parecem ser
Apodrecem, sufocadas pelo opressor pêndulo do tempo de crescer.

Então os olhos se abrem
Ou se fecham, quem saberá?

E nunca mais a pureza e a sinceridade voltam ao peito...

As raízes apodrecem em instantes
As flor murcha, sem fruto, sem pendão
Folhas caem num outono precoce de solidão
O tronco seca e racha
Cai por terra a ilusão da beleza, e depressa vem o jugo!

E os sonhos, quimeras fantasiosas da inocência do mundo, se desmancham qual névoa do mês de junho...

Os risos não mais serão os mesmos
As lágrimas não secarão mais facilmente
O coração diminui
Na vista, outras lentes...

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