Relações entre a Sol e a Terra

Os fenômenos associados a atividade solar estão mais estreitamente relacionados com alguns fenômenos que ocorrem na Terra do que podemos imaginar. Tal como os "flares", o estudo dos CME também tem implicações importantes para a compreensão e a previsão dos efeitos da atividade solar na Terra e espaço. Quando um CME atinge a Terra pode gerar uma tempestade geomagnética cujos efeitos vão desde danos nas comunicações via satélite ate a produção de "blecautes", como já ocorreu no Canadá a cerca de dez anos. Além disso, as ondas de choque produzidas pelos CME, na sua interação com o meio interplanetário, geram partículas energéticas que podem danificar equipamentos eletrônicos e irradiar os astronautas de missões tripuladas no espaço com doses excessivas de radiações ionizantes (Ser astronauta é considerado uma das profissões mais perigosas do mundo).

Isto ocorre porque no espaço não existem a magnetosfera e as camadas protetoras da atmosfera terrestre que absorvem e espalham a quase totalidade dessas radiações originadas fora da Terra e a blindagem das naves, estações e trajes espaciais terem um limite de absorção de radiação.

VENTO SOLAR

O vento solar é um fluxo de elétrons e íons positivos que são expulsos da coroa solar em alta velocidade (cerca de 600 km/s) e propagam-se pelo meio interplanetário.
Estas partículas se originam dos chamados buracos coronais e escapam do Sol para o espaço através das linhas abertas do campo magnético do Sol. Eventualmente, este vento atinge e interage a magnetosfera terrestre, causa sua deformação na direção da linha Sol-Terra, tanto no espaço entre o Sol e a Terra como na direção do espaço exterior, como pode ser visto na Figura abaixo.
Quando as partículas energéticas emitidas pelo Sol interagem com os gases da alta atmosfera terrestre, nas proximidades das regiões polares, para onde são dirigidas pela magnetosfera terrestre ionizam os átomos desses gases, causando tanto o fenômeno conhecido como auroras polares. O vento solar, interagindo com os íons e elétrons desses átomos ionizados, por sua vez, se recombinam para formar um átomo neutro. No momento em que isto acontece é emitida uma luz de cor característica do átomo que está se recombinando, e que também depende da energia das partículas que provocaram a ionização daquele átomo. Como a atmosfera terrestre é composta por vários gases e a energia das partículas incidentes não é fixa pode-se observar luz de várias cores e com diversos padrões difusos. Este fenômeno é chamado de aurora. Ocorre em altas latitudes terrestres podendo ser observado a olho nu, com as designações de boreal, no hemisfério norte, e austral, no hemisfério sul. Elas também são observadas nos planetas em Júpiter e Saturno. Observe algumas imagens deste fenômeno:

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