O ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C., a níveis só ultrapassados no século XVI. Do esforço dos gregos em conhecer e entender a natureza do cosmos, e com o conhecimento herdado dos povos mais antigos, surgiram os primeiros conceitos de Esfera Celeste, uma esfera de material cristalino, incrustada de estrelas, tendo a Terra no centro. Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra. Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera celeste. Desde a Antiguidade até ao século XVII, a Astronomia teve dois objetivos relacionados um com o outro.
O primeiro dos dois objetivos foi definido pelos Gregos, tendo o esforço quanto ao rigor das primeiras medições sido primeiramente desenvolvido pela distinta civilização da Babilônia. Quando Alexandre, o Grande, invadiu a Pérsia no século IV a.C., as duas formas de estudar o céu fundiram-se. As primeiras observações da Grécia Antiga são melhor conhecidas pelo conjunto de lendas e mitos que até nós chegaram do que pela existência de documentos escritos. De fato, os gregos observaram a maior parte dos movimentos aparentes do céu e documentaram-nos de forma por vezes não muito científica. Porém, sem sombra de dúvidas, rigorosa quanto às observações por eles efetuadas.
A primeira visão do mundo assumia uma realidade local, isto é, que a Terra seria plana. Os primeiros cosmólogos (aquele que descreve tudo) gregos que são conhecidos a partir de documentos escritos eram da próspera ilha grega de Jônia. Eles apresentaram uma rica variedade de explicações para o mundo e seus fenômenos, tais como:
Embora o seu modelo cosmológico tivesse já limitações óbvias, representava um salto relativamente aos modelos mitológicos desenvolvidos anteriormente, pois substituía os mitos por uma lei natural impessoal.
Viria a explicar os dias e as noites através do modelo da dupla esfera. Uma esfera interior era luminosa numa metade e transparente na outra metade e dava uma volta a cada dia e noite. A outra esfera continha o firmamento visível à noite e que rodava uma vez a cada 365 dias.
Os filósofos Pitagóricos, por seu turno, tentaram criar relações geométricas, aritméticas e mesmo harmônicas que explicassem os fenômenos do universo. Estabeleceram relações entre números abstratos e os fenômenos naturais, tendo generalizado o conceito de que o número seria a base de todas as coisas. Estes mesmos Pitagóricos conseguiram um feito notável na história do reconhecimento da Natureza, que foi o de assumir que a Terra tem a forma de uma esfera. Os argumentos que utilizaram não são conhecidos, mas a prova dada mais tarde por Aristóteles (que a sombra da Terra na Lua durante os eclipses é sempre circular) é convincente.
Os Pitagóricos introduziram ainda a ideia de Cosmos, como conjunto ordenado de sobretons e harmonias, que regiam todos os corpos celestes. Esta intuição de que o Universo devia ser harmonioso viria a ser uma grande força motriz da Astronomia do Renascimento. Platão e Aristóteles foram o segundo e terceiro grandes filósofos de uma escola iniciada por Sócrates em Atenas. Sócrates, embora não tenha deixado nada escrito, ficou imortalizado nos Diálogos de Platão. Aristóteles, pelo contrário, escrevia em profusão e uma grande quantidade dos seus escritos resistiu até aos dias de hoje. Embora, quer Platão, quer Aristóteles, concordassem com a existência de um cosmos ordenado, Platão acreditava, contrariamente a Aristóteles, que as respostas que explicariam essa ordem apenas poderiam vir de um raciocínio matemático. Até Aristóteles, os filósofos haviam encontrado dois pares contrastantes na natureza: O primeiro dos dois objetivos foi definido pelos Gregos, tendo o esforço quanto ao rigor das primeiras medições sido primeiramente desenvolvido pela distinta civilização da Babilônia. Quando Alexandre, o Grande, invadiu a Pérsia no século IV a.C., as duas formas de estudar o céu fundiram-se. As primeiras observações da Grécia Antiga são melhor conhecidas pelo conjunto de lendas e mitos que até nós chegaram do que pela existência de documentos escritos. De fato, os gregos observaram a maior parte dos movimentos aparentes do céu e documentaram-nos de forma por vezes não muito científica. Porém, sem sombra de dúvidas, rigorosa quanto às observações por eles efetuadas.
Quando dizemos que a forma como as observações eram documentadas não era muito rigorosa, não podemos esquecer que nos encontrávamos na época dos mitos, em que as entidades divinas eram a explicação do inexplicável à luz dos conhecimentos vigentes. Assim, todas as observações que não possuíam explicação de acordo com os seus conhecimentos, davam origem a "novelas", em que os protagonistas eram os deuses, sendo o conjunto dessas "novelas" uma explicação da aparentemente inexplicável Natureza, constituindo aquilo que se chamou mais tarde de mitologia grega.
A primeira visão do mundo assumia uma realidade local, isto é, que a Terra seria plana. Os primeiros cosmólogos (aquele que descreve tudo) gregos que são conhecidos a partir de documentos escritos eram da próspera ilha grega de Jônia. Eles apresentaram uma rica variedade de explicações para o mundo e seus fenômenos, tais como:
- Sugeriram que o Sol não se punha, mas apenas era tapado por zonas mais elevadas que existiam ao Norte;
- Pensava que existia uma unidade material entre os fenômenos transientes a que os nossos olhos assistem;
- .Tentaram explicar a forma dos corpos celestes como sendo continuamente transportados de e para o infinito sucessivamente mantendo-se a Terra (que era um cilindro onde, numa das faces, vivia o Homem) permanentemente na mesma posição relativamente ao Universo.
Embora o seu modelo cosmológico tivesse já limitações óbvias, representava um salto relativamente aos modelos mitológicos desenvolvidos anteriormente, pois substituía os mitos por uma lei natural impessoal.
Viria a explicar os dias e as noites através do modelo da dupla esfera. Uma esfera interior era luminosa numa metade e transparente na outra metade e dava uma volta a cada dia e noite. A outra esfera continha o firmamento visível à noite e que rodava uma vez a cada 365 dias.
Os filósofos Pitagóricos, por seu turno, tentaram criar relações geométricas, aritméticas e mesmo harmônicas que explicassem os fenômenos do universo. Estabeleceram relações entre números abstratos e os fenômenos naturais, tendo generalizado o conceito de que o número seria a base de todas as coisas. Estes mesmos Pitagóricos conseguiram um feito notável na história do reconhecimento da Natureza, que foi o de assumir que a Terra tem a forma de uma esfera. Os argumentos que utilizaram não são conhecidos, mas a prova dada mais tarde por Aristóteles (que a sombra da Terra na Lua durante os eclipses é sempre circular) é convincente.
Frio versus calor e seco versus úmido. De acordo com Aristóteles, corpos que eram frios e secos eram na sua maioria constituídos por Terra, os que eram frios e úmidos eram na sua maioria constituídos por água, aqueles que eram quentes e úmidos formados por ar e os que eram quentes e secos formados por fogo.
A Terra era na sua maioria formada por terra com uma camada mais exterior de água (os mares), sobre as quais havia uma fina camada de ar (a atmosfera). Sobre a atmosfera havia uma camada de fogo que acaba imediatamente antes da Lua. Dentro desta região - que constituía o mundo terrestre ou sublunar - existia vida, morte e mutabilidade. Qualquer corpo tinha um lugar natural - altura natural ou distância ao centro da Terra - que estava associado à proporção em que os quatro elementos entravam na sua composição. Se não fosse impedido, qualquer corpo seguiria em linha reta, definida a partir do centro da Terra, para o seu lugar natural.
Havia para Aristóteles uma diferença fundamental entre as regiões terrestres e celestes, entre a imprecisão e variabilidade encontrada na região terrestre e a perfeição geométrica encontrada nos corpos celestes, constituídos por pontos ou círculos de luz. Nos céus não havia qualquer vida ou morte, aparecimento e desaparecimento. Pelo contrário, os corpos celestes mantinham o seu movimento de translação eternamente, num perfeito movimento circular uniforme (o problema dos cometas foi rapidamente resolvido, pois estes corpos, como iam e vinham, tinham, por isso, natureza terrestre). Mas se a estabilidade do seu modelo da Terra não estava em dúvida, o status dos céus como um Cosmos onde prevalecia a ordem esteve em questão até que se conseguiram criar leis de movimento que conseguissem explicar os astros "errantes".
Com sete pequenas exceções, os corpos celestes moviam-se de uma forma perfeitamente racional, rodando com uma regularidade extrema em torno da Terra com posições fixas, uns em relação aos outros. Uma vez que os astros "errantes" parecem errar entre os "fixos" de noite para noite ao longo do ano, foi-lhes dado o nome de planetas (derivado do verbo grego equivalente a "errar"). Os sete "planetas" - o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno - moviam-se individualmente entre as estrelas fixas, com velocidades diferentes e com um movimento que aparentemente parecia aleatório (como se verificava nas retrogradações), daí que se dissesse que erravam.
Aristóteles e Eudóxio propuseram sistemas dos mundos em que os planetas girariam em esferas concêntricas, com o centro das esferas dado pela Terra; no entanto este sistema não explicava quer o caráter errante dos astros, nem as variações de velocidade que os mesmos apresentavam em relação ao fundo cósmico. Uma explicação para a retrogradação foi proposta geometricamente por Eudoxo de Cnidius (c.400-347a.C.). A explicação estaria associada à revolução dos planetas descrevendo hipópodes à medida que se dava a sua translação ao longo da sua esfera. No entanto, esta explicação não coincidia com a trajetória observada dos planetas. O caráter errante dos planetas apenas viria a ter pela primeira vez uma descrição convincente com o trabalho de Ptolomeu no século II d.C..
Havia para Aristóteles uma diferença fundamental entre as regiões terrestres e celestes, entre a imprecisão e variabilidade encontrada na região terrestre e a perfeição geométrica encontrada nos corpos celestes, constituídos por pontos ou círculos de luz. Nos céus não havia qualquer vida ou morte, aparecimento e desaparecimento. Pelo contrário, os corpos celestes mantinham o seu movimento de translação eternamente, num perfeito movimento circular uniforme (o problema dos cometas foi rapidamente resolvido, pois estes corpos, como iam e vinham, tinham, por isso, natureza terrestre). Mas se a estabilidade do seu modelo da Terra não estava em dúvida, o status dos céus como um Cosmos onde prevalecia a ordem esteve em questão até que se conseguiram criar leis de movimento que conseguissem explicar os astros "errantes". Com sete pequenas exceções, os corpos celestes moviam-se de uma forma perfeitamente racional, rodando com uma regularidade extrema em torno da Terra com posições fixas, uns em relação aos outros.
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